DESAFIOS DA BAIXADA
CUIABANA (1)
JUACY DA SILVA
O desenvolvimnto de
qualquer região não
é um processo simples e fácil, demanda
uma avaliação correta da mesma em seus
aspctos demográfico, ocupação do solo, sistema
produtivo, organização e estrutura social, cultura e
tradicões e, também, da organização e
ação do poder público, tanto
local, quanto estadual e nacional, que
atuam na região, tudo isto através de uma visão
histórica: passado, presente e futuro.
Somente então é
possível estabelecer os parâmetros que
irão nortear a construção de um plano
estratégico de desenvolvimento, que contemple
as peculiaridades de cada
município, e, ao mesmo tempo, possibilite
a integração de políticas púbicas
e das ações dos atores não governamentais, ai incluidos os empresários, os trabalhadores, as
organizações culturais, educacionais e
religiosas e a população de uma maneira geral.
Esses são os atores que devem participar deste processo desde o diagnóstico
até a elaboração do plano
regional de desenvolvimento integrado participativo e sustentável, evitando a
imposição de soluções acabadas sem
a paticipação da população, que
é, afinal, a construtora do progresso
e que deve ser também
a contemplada com os frutos do desenvolvimento.
Historicamente o prrocesso
de desenvolvimento brasileiro tem
proporcionado uma grande
concentração populacional,
econômica e social nas capitais e regiões metropolitanas e, fora
dessas em cidades polos. Os
resultados são a exclusão social e econômica
tanto dos pequenos municípios, quanto de sua população e também
dos municípios periféricos
integrantes das regiões metropolitanas.
Esta realidade pode ser vista, observada e
constatada em todas as regiões metropolitanas e seu entorno
imediato, incluindo a menor dessas que é a Região Metropolitana
do Vale do Rio Cuiabá e do chamado
“colar” metropolitano, compreendido
pelos demais municípios.
A Baixada
cuiabana, que tem em Cuiabá, capital
do Estado de Mato Grosso, seu
polo central, destaca-se
dos demais por ser o núcleo de ocupação mais antiga da região
e um dos mais antigos
locais de ocupação do Brasil
Central; dentro de quatro anos Cuiabá estará completando 300 anos.
Por ser a
capital do Estado, Cuiabá concentra os
serviços administrativos e as
instituições que conformam o poder público estadual, incluindo, os poderes executivo,
legislativo e judiciário e também
as representações de todos os
poderes da união.
Além disso
também em Cuiabá estão
concentradas todas as
insttuições de representação dos setores produtivos, instituições educacionais, de saúde, de segurança pública, serviços bancários e outras mais. Esta concentração atrai
pessoas e negócios de toda ordem, gerando um dinamismo
econômico, social e politico que confere
a Cuiabá tanto os benefícios
quanto as consequências negativas deste processo.
A Baixada Cuiabana apesar de representar apenas 8,9% da área
do Estado concentra 30,3%
da população total, 35%
da população urbana e apenas 13,%
da população rural. Concentra
também 25,1% do PIB estadual,
apesar do crescimento e
representatividade de alguns municípios polos
inseridos no contexto da produção do agronegócio em outras regiões.
Todavia, este dinamismo
econômico e social principalmente de
Cuiabá, secundado bem distante por Várrzea Grande, não é experimentado em toda
a região. Diversos municípios da
Baixada cuiabana como Nossa
Senhora do Livramento, que integra a Região Metropolitana, Rosário
Oeste, Acorizal, Planalto da Serra, Nova Brasilândia e Barão de Melgaço estão perdendo poulação e dinamismo
econômico, acarretando falta de
perspectivas de desenvlvimento, a
não ser
através de um plano
estratégico de desenvolvimento integrado
participativo e sustentável, com
horizonte de longo prazo, além das ações
imediatas seja dos governos federal, estadual e também dos municípios.
Essas e outras
localidades na Baixada Cuiabana
estão se transformando em
municípios dormitórios, sem futuro, principalmente para a
população mais jovem, que se ve privada
de oportunidades em seus locais de moradia.
Tendo em vista que no próximo ano serão
realizadas eleições municipais,
talvez este seja o momento
mais apropriado para que esta
discussão seja incluinda na agenda
política e institucional. Em boa hora a Assembléia Legislativa constituiu uma Frente Parlamentar em prol do desenvolvimento da Baixada Cuiabana, tendo
o assessoramento direto de uma equipe de técnicos de alto gabarito e
comprometidos com o resgate de uma das regiões mais importantes na
história de nosso Estado.
Voltarei a este
tema oportunamente com alguns
dados e sugestões para que este
assunto possa ser aprofundado e
possa até ser um modelo de
planejamento para outras regiões do Estado.
JUACY DA SILVA, professor
universitário, titular e
aposentado UFMT, mestre em
sociologia, articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
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