DILMA COM OS DIAS
CONTADOS
JUACY DA SILVA
Parece que a Presidente Dilma a cada dia se afunda
mais neste início de segundo mandato, que a grande maioria da população brasileira, gostaria que fosse encurtado para
o bem do povo e a felicidade geral da nação,
antes que a incompetência, a falta
de planejamento, o caos nos
serviços públicos e a desorganização da economia afunde o Brasil de uma vez.
Os
baixos índices de crescimento econômico nos primeiros quatro anos, bem abaixo
da média mundial e a recessão que
deverá acontecer em 2015
e 2016, seguidos de estagnação
em 2017, estão levando desespero e angústia a milhões
de pessoas que estão e ainda irão perder seus empregos e tudo o que dai
decorre.
Para
piorar a situaçao, a escalada da inflação e os juros escorchantes também
contribuem para a redução do poder aquisitivo dos salários, o aumento do custo de vida e o rebaixamento do
“status” sócio-econômico e da qualidade de vida. Tanto o valor médio do salário
quanto a renda per capita da grande
maioria da população estão caindo e deverão contribuir para a perda das
esperanças e dos sonhos das famílias, principalmente para uma parcela dos
trabalhadores que estavam ascendendo na
escala social e era motivo de propaganda governamental, demonstrando que
a nova classe média havia chegado ao paraíso.
Essas famílias podiam, finalmente, comer carne, frango, peixe, viajar de
avião, adquirir casa própria, nao essas
minúsculas do “minha casa minha vida”, carro novo e assim por diante.
Todos
esses sonhos estão sendo desfeitos. Em 2014 a renda per capita do Brasil era de
US$11.604 reais e ocupava a 60a. posição no contexto mundial. As projeções indicam que
em 2017 deverá ter caido em torno de 15% e nosso país cairá para a 78a. posição.
Costuma-se dizer que ascensão na escala
social gera alegria e regozijo, mas o caminho de volta, o rebaixamento é
triste, ter que tirar os filhos de
escola particular e colocar em escolas públicas de baixa qualidade, não poder
manter um plano de saúde e ter que entrar na fila do SUS, ter que deixar de andar de carro particular e
divider ônibus e trens superlotados e sucateados, tudo isso gera uma grande
frustração e o sentimento de revolta é dirigido aos governantes.
O
Brasil que há poucos anos comemorou a conquista de sexta posição entre as maiores economias acaba de cair para
a nona posição e ao final de 2017, com recessão e estagnação, deverá cair para 11a. ou 12a da economia
mundial, um retrocesso de quase 40 anos.
Segundo
dados do FMI e outras agências internacionais em 2013 o PIB nominal do Brasil era de US$ 2,391
trilhões de dólares e a previsão de que
em 2015 deverá cair para US$1,903 trilhões, isto significa que nossa economia
deverá ter encolhida nada menos do que
US$ 487 bilhões de dólares, em dois
anos, e ao final de 2016 deverá ter encolhido 1%, a perda será de mais 19 bilhões de dólares. Portanto entre 2013 e 2016 nosso PIB terá sido reduzido em 506 bilhões de dólares. É como se o Brasil em tres anos
perdesse um PIB do tamanho da Noruega em 2014, que era a 27a
economia no ranking mundial com
US$ 500,2 bilhões de reais.
Ao longo dos últimos oito meses os índices de
reprovação da Presidente aumentaram
assustadoramente. As últimas pesquiss
indicam que sua aprovação está abaixo de 10% e a reprovação
acima de 78%, incluindo até mesmo seus eleitores clientes de políticas
assistencialistas e moradores nas regiões Norte e Nordeste, que votaram
majoritariamente para a sua reeleição.
Ante
a deterioração política, econômica e moral com a falta de apoio e sustentação política,
parlamentar e partidária, Dilma foi obrigada a realizar uma reforma ministerial, entregando
praticamente o poder ao PT, ao Ex Presidente Lula e a algumas
faccões do PMDB, abdicando na pratica de ter o comando e a iniciativa
das ações politicas, passando a
ser quase mera figura decortiva no cenário politico nacional.
Mesmo
com este toma lá dá cá, onde os cargos são as moedas de troca
para continuar no poder, Dilma nos
últimos dias tem sofrido diversas derrotas, como a falta de quorum na
Câmara Federal para garantir seus vetos e uma
rebelião permanente da chamada base aliada, que age como abutres em
busca de cadáveres para saciarem a fome.
No caso o cadáver que tanto apetite desperta nos abutres
políticos é o seu moribundo governo.
Mesmo assim, Dilma ainda faz pronunciamentos dizendo que consegue ver uma luz
no final do túnel. Ninguém sabe se este
otimismo é uma miragem como acontece com pessoas perdidas no deserto
ou uma alucinação de quem já perdeu toda a razão e capacidade de pensar
realisticamente.
Somam-se a
essas também outras derrotas como
a sofrida pela chapa Dilma/Temer no TSE que
acaba de determinar a reabertura
das contas da última campanha para que o Ministério Público
e a Polícia Federal investiguem se a Campanha de Dlma/Temer recebeu dinheiro sujo desviado da corrupção
na Petrobrás, segundo denúncia de um dos maiores empreiteiros dono da UTC,
preso na Operação lava-jato. Isto seria
um motivo para a cassação do
registro e na prática do mandato da Presidente e do Vice.
Na
quarta feira sofreu uma derrota no STF em sua
tentativa de impedir que o TCU julgasse suas contas de 2014 e também a tentativa de afastar o Relator
dessas contas no TCU. Aquela Corte de Contas não acatou a suspeição levantada pela AGU e ainda julgou e reprovou as contas de Dilma
por unanimidade, cabendo agora ao
Congresso Nacional o julgamento final. Se a decisão do TCU for aceita pelo Congresso o caminho para o
impeachment de Dilma virá de tres
direções: do Parlamento, da Justiça e das Ruas.
De acordo com o ministro Augusto Nardes, do
TCU, relator do processo que levou `a
reprovação das contas da Presidente, referente a 2014, por gastos irregulares e
ao arrepio das leis e normas orçamentária, principalmente a Lei de
Reponsbilidade Fiscal, em montante
superior a RS$106 bilhões de reais, o mesmo disse e escreveu textualmente….”É importante esclarecere que a
responsabilidade direta é da Presidente da República sobre a prática das pedaladas fiscais”. De
forma semelhante toda esta crise
e seus desdobramentos que tanto estão afetando o Brasil e toda a população é de
responsabilidade direta da Presidente, afinal, em um regime presidencialista
imperial como vive o Brasil, quem tem poderes para nomear e demitir ministros e
demais auxiliaries diretos não pode se
esquivar de sua responsabilidade no commando da administração nacional.
Geralmente quando as coisas dão certo o
crédito vai para quem estiver na presidente, mas quando dá errado procuras-se ,
sempre, um bode expiatório. Esta é uma
forma cínica de manipular a realidade e atuar segundo o “marketing” official, mantido as custas do dinheiro público.
Mesmo
que Dilma tenha dito na posse dos novos ministros que irá governar
até 2018, pois foi eleita para tal, basta lembrar que também o ex-presidente
Collor foi eleito para quatro anos e acabou sendo afastado bem antes disso.
Getúlio Vargas suicidou-se antes de terminar
seu mandato e Jânio Quadros
renunciou com apenas pouco mais de sete meses após sua posse. Assim, tudo
leva crer que Dilma a cada dia esteja
mais isolada, mais enfraquecida e tem seus dias contados. O direito de
indignar-se, rebelar-se contra governantes tiranos, ditadores, corruptos e
também incompetentes faz parte das liberdades
inatas do ser humano, estando ou não inscrito em leis, códigos ou outras normais institucionais.
As revoluções, golpes de estado, movimentos de massa que derrubaram
governantes ao longo da história, inclusive a
recente ‘primavera” árabe, a luta
contra a escravidão em diversos países
bem demonstram isto.
JUACY
DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT,
Mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.
Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profju
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